Bom, peço desculpas pelo nosso sumiço e pela demora a postar
a primeira parte de Plume d’oie.
Começarei falando sobre meu escritor favorito: Oscar Wilde. Falarei primeiro
sobre sua biografia para depois me aprofundar em sua vida pessoal.
.jpg) |
| Oscar Wilde |
Wilde nasceu em 16 de outubro de 1854 e morreu em 30 de
novembro de 1900. Casou-se com Constance Lloyd com quem teve dois filhos: Cyril
e Vyvyan. Foi com O retrato de Dorian
Gray que conseguiu destaque e fama, mas em minha opinião outros contos como
O retrato de Sr. W.H. que foi escrito
antes da história de Dorian, deveriam ter tido um destaque maior porque são
igualmente bons.
Ao começar um romance com o Lord Alfred Douglas – também
conhecido como Bousie –, cujo pai era homofóbico, fez com que sua carreira
sofresse um contínuo declínio. O pai de Douglas, o Marquês de Queensberry,
escreveu uma carta à Wilde intitulada “A Oscar Wilde, conhecido sodomita”, o
que levou Oscar a abrir um processo por difamação contra o pai de seu amante, o
que acabou levando-o a ruína. O Marquês contratou detetives particulares que
levantaram várias provas sobre a homossexualidade de Wilde, lembrando que na era
vitoriana a homossexualidade era severamente reprimida e condenada com a prisão
dos envolvidos.
Oscar foi condenado a dois anos de prisão e trabalho forçado
em 1894 – e Wilde ainda teve a sorte de ter seu processo julgado por um juiz
homofóbico. Depois de ser libertado foi preso novamente e solto em 1897. Viveu
em exílio com o nome de Sebastian Melmoth, e apesar de não ter recursos financeiros
gastava loucamente em banalidades. Foi operado de um abscesso doloroso no
ouvido na cama de seu próprio quarto por não ter condições de se mover e morreu
em um quarto de hotel barato de sífilis agravada pelo seu vício por álcool.
E agora vamos começar a falar do que realmente nos
interessa! Wilde era defensor da “arte pela arte” e pregava que a beleza não
precisava de mais nada além dela mesma, suas vestimentas eram vistas com maus
olhos e diziam que seu esteticismo era um eufemismo para a sua
homossexualidade.
Diz-se que seu primeiro amante foi o jornalista canadense
Robert Ross que era seu protegé sexual
e que havia feito com que “tomasse gosto” pelas práticas homossexuais. Ross
teve que responder um processo por ter abusado de dois menores, e apesar de
Wilde falar bastante sobre “meninos de coro magros e brancos”, os trocou
rapidamente por rapazes sexualmente violentos que o excitavam de sobremaneira.
Sim, o meu amor era um masoquista sem salvação U_U
Muitos de seus amigos diziam que a forma de Wilde agir vinha
de sua infância perturbada com seu pai alcoólatra e promíscuo que sustentava
três crianças ilegítimas antes mesmo de se casar com sua mãe, que tinha uma
preocupação exagerada com a aparência. Essa preocupação da mãe também era
partilhada com o marido e filho, podendo perceber o claro medo de abandono e
rejeição que tinham.
 |
| Até que dá pra entender Oscar. Lord Douglas era bonito. |
Lorde Douglas era um homossexual assumido e me surpreende o
fato do pai bancar seus “atos pecaminosos”. Alfred era um jovem mimado e viciado
em apostas, e apesar dos vários avisos que recebeu de amigos, Wilde ainda se
envolveu com esse desgraçado! E segundo estudiosos de Oscar, Lord Douglas foi
seu grande amor – um belo amor que o traiu e o deixou chegar a um estado
deplorável!
Eu realmente não sei como Douglas pôde abandonar o meu Oscar
dessa forma! Ele escreveu uma obra chamada De
Profundis para Douglas e sem falar que durante seu exílio, Oscar escreveu
uma carta para Bousie pedindo-lhe que voltasse, pois “sinto que minha única
esperança de voltar a fazer uma bela obra é estando com você”. Ah, e quando sua
ex-mulher soube dessa tentativa de aproximação por parte de Oscar, parou de lhe
mandar uma soma de dinheiro que mesmo pequena ajudava a pagar suas contas.
De fato, ele chegou a se reencontrar com Alfred, mas ao
receberem uma carta da mãe do Lord dizendo que se o filho não largasse Wilde ela
cortaria sua mesada e propondo pagar uma quantia de 200.000 libras para Wilde
para que ele nunca mais visse seu filho, os dois aceitaram as propostas e
ameaças e se separaram.
Contudo, posso afirmar que o pior sofrimento que meu amado
passou foi quando ficou preso e teve suas peças teatrais tiradas de cartaz.
Isso é um ataque direto ao ego de qualquer escritor decente.
Outra coisa que me deixa intrigada é o fato de O retrato de Dorian Gray ter sido
considerado um livro homoerótico. A não ser que eu tenha deixado passar algo
muito importante, encontrei apenas leves insinuações que no livro não mostra se
aconteceram ou não. Claro que isso depende do ponto de vista de cada um e só
pra ter certeza de que não há nada mesmo, lerei novamente.
Boa parte da vida íntima de Oscar li em um livro chamado Heróis e exílios: ícones gays através dos
tempos do escritor Tom Ambrose. Eu comprei na livraria Cultura, mas acho
que não será difícil encontrá-lo caso se interessem. E também recomendo que
leiam algumas obras de Wilde! São muito boas ^^
By: Ecchichan
14:01 | 
Postado por
Segredos do Quarto de Boudoir |
Marcadores:
